Saturday, December 09, 2006

Experiência 1, 2, som, som

Será que consigo publicar um video dos fantásticos Strokes?



G.

Thursday, December 07, 2006

O poder dos gatos

Soa mesmo mal, é verdade, mas é uma das traduções possíveis de Cat Power, e eu achei que podia fazer aqui uma coisa gira :)

Chan Marshall encantou o público da Aula Magna com um concerto de 2 horas de música seguidas, o que, hoje em dia começa a ser coisa rara. O concerto consistiu de uma parte (no início e no fim) em que a cantora era acompanhada por uma banda, e uma parte em que cantou a solo (ao piano e à guitarra).

Notou-se que Chan Marshall estava com a preocupação de não “descambar” e de dar um bom concerto. No fim de uma das primeiras músicas, fez questão de pedir desculpa pelo último concerto que deu em Portugal. De facto, a fatídica noite no Blá Blá, em Matosinhos, deixou todos os fãs completamente desanimados depois de um concerto em que se fez de tudo, menos cantar.

Felizmente, na noite de 4 de Dezembro, o álcool ficou de descanso e tivemos uma grande noite de música.

E para não fugir à tradição, segue-se a set list e algumas fotos do concerto.


Set list

The greatest
Living proof
Could we
Empty shell
Willie
(?) One to the others
The Moon
Where is my love
I don’t blame you
(?) Desert street
(?) Hello you
Hate
Wild is the wind
Naked if I want to
(?) I spent my lifetime
Lived in bars
(I can’t get no) Satisfaction
I’ve been loving you too long (Tindersticks)
Maybe I’m crazy (cover)
I can’t give you anything but love (cover)






G.

Tuesday, December 05, 2006

Silêncio, que se vai cantar melancolia

Há concertos que fazem certas noites ser inesquecíveis. Sobretudo quando nem mesmo, ao regressarmos a casa, a audição compulsiva das mesmas canções, em disco, consegue produzir em nós um efeito minimamente semelhante. Foi preciso estar lá. Respirar o mesmo ar. Partilhar, em silêncio de comunhão, as mesmas músicas. Viver o mesmo momento que o músico.
Foi assim o concerto de Lisa Germano, na segunda noite do Festival Radar. Inesquecível. Envolvente. Arrepiante.

Há muito que a cantora era presença aguardada por estes lados, a sua visita como elemento da banda que acompanhava os Eels, por ocasião de discreta passagem pelo Lux há alguns anos, a saber a pouco... Magoada pelos destinos de uma indústria que a foi abandonando depois dos primeiros êxitos (relativos) em inícios de 90, chegou a anunciar uma retirada, encontrando novo destino ao serviço de uma estimulante livraria em West Hollywood. Mas a pulsão criativa dominava ainda o seu corpo e, fora de horas, novas canções foram nascendo, primeiros sinais de nova etapa revelados em 2003 no soberbo Lullaby For Liquid Pig, demanda apurada e continuada já este ano no igualmente sublime In The Maybe World, um disco nascido de reflexões em torno da ideia da morte (como noção superlativa de perda) mas que, um ano depois de composto, Lisa Germano sente, afinal, como um manifesto de vida. Assim o explicou no Santiago Alquimista. Assim o demonstrou um concerto de quase duas horas de canções discretas, sussurradas, mas gritantemente belas.

Como os dois últimos discos o sugeriam, Lisa Germano optou pela mais extrema nudez instrumental, a simplicidade atingida em diálogos para voz e piano, este último por vezes cedendo o lugar a uma guitarra. Triste, mas não depressiva (como fez questão de sublinhar), esta é uma música que acontece à flor da pele, apenas possível numa alma de sensibilidade franca, sem receio das suas fragilidades, dúvidas e limitações.

Lisa não gosta muito de falar entre músicas, aproximando mais a sua vivência de palco do modelo do recital, que da mais vulgar festa para interacção, risos e canções. O calor de uma plateia (e um balcão) que enchia no limite a sala levaram-na, sem que se sentisse forçada, a estabelecer frequentes pausas para notas explicativas, mesmo assim optando por juntar canções como de longos medleys se tratasse. E assim, juntas, escutámos as peças-chave dos seus dois últimos discos, tutano de uma noite que não negou visita aos anos 90, recordando pequenas maravilhas como Reptile ou Victorias Secret, em leituras despojadas, de puro assombro. A maioria das memórias mais remotas nasceu, de resto, de uma sessão de "discos pedidos", que caracterizou a recta final do concerto.

Nota sombria apenas para o alienígena acompanhamento de copos, garrafas e máquina registadora, vindo de um bar aparentemente alheado do momento que a mesma casa acolhia. Regresse brevemente, mas em sala sem copos..

Nuno Galopim

http://dn.sapo.pt/2006/12/04/artes/silencio_se_cantar_melancolia.html

E as famosas fotos do musica concreta, sempre presente onde é preciso estar :)

Lisa ao piano, Lisa à guitarra e Lisa a dar autógrafos.






G.